O general da reserva Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e vice na chapa de Jair Bolsonaro (PL) em 2022, manifestou repúdio à divulgação de informações sobre seu indiciamento no inquérito da Polícia Federal que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado após a derrota do ex-presidente nas eleições de 2022.
Braga Netto é um dos 37 indiciados, incluindo Bolsonaro e outras figuras políticas e militares, por crimes como abolição violenta do Estado democrático de direito, golpe de Estado e organização criminosa.
Nota da defesa
Em comunicado enviado à Folha de S.Paulo, a defesa de Braga Netto criticou a ampla difusão dos dados antes que os envolvidos tivessem acesso formal ao relatório. “Repudiamos veementemente, e desde logo, a indevida difusão de informações à imprensa em detrimento do devido acesso às partes diretamente envolvidas e interessadas”, destacou a nota.
O general informou que seu posicionamento definitivo será emitido após o recebimento oficial dos elementos informativos pela defesa.
Acusações e indiciamento
Segundo o relatório da PF, a investigação, conduzida ao longo de quase dois anos, obteve provas por meio de métodos como quebras de sigilos telemáticos, telefônicos, bancários e fiscais, além de buscas, apreensões e delações premiadas autorizadas pela Justiça.
Entre os outros nomes envolvidos estão o ex-ministro do GSI, Augusto Heleno, o ex-diretor da Abin, Alexandre Ramagem, e o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto.
Defesa de outros indiciados
Assim como Braga Netto, os advogados de outros acusados também refutaram as acusações. A defesa de Marcelo Costa Câmara e Tércio Arnaud Tomaz afirmou que não há evidências suficientes para sustentar o indiciamento, enquanto Anderson Torres, ex-ministro da Justiça, declarou que se manifestará apenas após acesso ao relatório.
Próximos passos
O caso agora será encaminhado ao Ministério Público, que decidirá se oferecerá denúncia formal com base no relatório policial. A defesa de Braga Netto e outros indiciados aposta em contestar a validade das provas e argumenta que as acusações são frágeis ou baseadas em conjecturas. E mais: Moraes mantém delação de Mauro Cid após novo depoimento. Clique AQUI para ver. (Foto: EBC; Fonte: Folha de SP)