Banco alemão diz em relatório que governo ‘Lula 3’ é a volta do ‘Dilma 2’

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O atual governo de Luiz Inácio Lula da Silva apresenta características econômicas similares ao segundo mandato de Dilma Rousseff, segundo avaliação do Deutsche Bank. Em relatório enviado aos seus clientes nesta quarta-feira, o banco alemão descreve o cenário econômico brasileiro com o título “Dilma II, Reloaded”.

O documento alerta para a vulnerabilidade do país diante de desafios fiscais e dificuldades no crescimento, colocando o Brasil entre as economias emergentes mais afetadas. A informação é do economista e colunista da CNN Brasil Fernando Nakagawa.



O estudo, assinado pela equipe liderada por Drausio Giacomelli, diretor do Deutsche Bank em Nova York, observa que a estratégia do governo de ampliar as transferências para a classe média pode acarretar riscos fiscais, aumento da inflação e desvalorização da moeda.

O relatório menciona: “A estratégia do governo de expandir as transferências para a classe média gera riscos fiscais, maior inflação e moeda mais fraca”.



O Deutsche Bank critica a recente medida fiscal, considerando que o atual governo favorece o aumento dessas transferências em detrimento da sustentabilidade fiscal. Para o banco, essa decisão pode resultar em uma inflação superior à meta, com uma projeção de aumento de 5% para 2025, impulsionada pela desvalorização cambial.

Além disso, a dívida pública brasileira deve alcançar 90% do PIB até 2027. Diante desse cenário, o Deutsche antecipa que o Banco Central será forçado a manter a taxa Selic elevada, estimando um valor de 14,5%.



O relatório também faz referência ao histórico econômico do Brasil, destacando que, assim como em 2013, quando a inflação e o câmbio estiveram intimamente ligados à política fiscal, o governo Dilma Rousseff enfrentou uma crise fiscal que culminou em déficits primários.

Os economistas do Deutsche Bank relembram: “O aperto de 7,25% em 2013 para 14,25% em 2014 seguiu o fracasso fiscal durante o governo Dilma, quando superávits primários de 2% do PIB deram lugar a déficits primários que atingiram 3% do PIB quando a economia afundou em 2016”.



Para o Deutsche Bank, a atual administração de Lula também segue uma linha de políticas voltadas para aumentar a popularidade, adotando medidas de demanda, como a ampliação do Bolsa Família e programas sociais, além de ampliar o crédito para a classe média e o empresariado, por meio de bancos públicos como o BNDES. Nesse contexto, o banco acredita que “podemos ver uma fração da expansão de mais de 10% do mandato de Dilma”.

O banco ainda aponta que 2025 será um ano decisivo para a economia brasileira, com a formação das coalizões políticas em torno dos candidatos que disputarão as eleições presidenciais de 2026, o que poderá impactar diretamente os mercados e o rumo da economia.



Presente no Brasil desde 1911, o Deutsche Bank é um banco múltiplo com carteira comercial e de investimento. Atua na estruturação de operações de fusões e aquisições e de mercado de capitais além de operações de tesouraria e financiamento ao comércio exterior.

Com estrutura global e experiência local, o Deutsche Bank Brasil oferece soluções para grandes empresas nacionais e internacionais, instituições financeiras e investidores locais e estrangeiros.



O Deutsche Bank oferece seus serviços em mais de 60 países e é uma das maiores instituições financeiras do mundo.
E o maior banco da Alemanha em ativos totais e número de funcionários.

Com sede em Frankfurt, a empresa opera como um banco internacional e mantém sucursais em Londres, Nova Iorque, Singapura, Hong Kong e Sydney. Em 2018, o banco empregava cerca de 41 600 pessoas na Alemanha e 91 700 em todo o mundo.



Nas Américas do Sul e Central, o Deutsche Bank começou sua atuação com o nome de “Banco Alemão Transatlântico”, que pertencia a uma subsidiária do Deutsche Bank, o Deutsche Ueberseeische Bank (Banco Alemão Ultramarino), fundado em Berlim em 2 de outubro de 1886.

Sua primeira filial na América Latina foi criada em Buenos Aires. Posteriormente, foram instaladas filiais no Chile, em 1889; no México, em 1902; no Peru, em 1905; na Bolívia, em 1905, no Uruguai, em 1906, e no Brasil, em 1911. Clique AQUI e APOIE nosso trabalho. (Foto: EBC)

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