STF divulga áudios atribuídos a Mauro Cid em conversas no Instagram

direitaonline

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Bolsonaro (PL), afirmou em mensagens de áudio que se sente abandonado e injustiçado diante das consequências que enfrentou após o avanço das investigações sobre um suposto plano de golpe de Estado.

As declarações vieram à tona após o Supremo Tribunal Federal (STF) divulgar, nessa segunda-feira (16), trechos de áudios enviados por Cid ao advogado Eduardo Kuntz, que atua na defesa de um dos réus no caso.

Nos áudios, Cid lamenta a situação em que se encontra e diz ter sido o único a enfrentar perdas pessoais e profissionais severas, enquanto outros envolvidos, segundo ele, seguiram com suas carreiras intactas ou até mesmo se beneficiaram financeiramente.

“O Braga Netto, quatro estrelas, chegou ao topo… reserva. General Heleno, chegou ao topo… reserva. O presidente, ganhou milhões em Pix, chegou ao topo. Tudo bem, todo mundo no mesmo barco. E quem se ferrou? Quem perdeu tudo? Fui eu”, afirma.

As falas foram obtidas durante a apuração sobre o uso de um perfil no Instagram identificado como @gabrielar702, que manteve contato com o advogado Kuntz entre os meses de janeiro e março deste ano, período em que Cid estava proibido judicialmente de utilizar redes sociais ou manter comunicação com outros investigados.

O conteúdo das mensagens foi revelado inicialmente pela revista Veja e, posteriormente, apresentado ao STF por meio de uma ata notarial com 51 páginas.

O próprio advogado confirmou ao ministro Alexandre de Moraes que manteve conversas com Cid por meio do perfil citado. As trocas de mensagens revelam um tom de desabafo e frustração por parte do militar. Em outro trecho dos áudios, Cid se aprofunda na crítica:

“Pega a vida de todo mundo… todo mundo tá enrolado. Vê quem perdeu a carreira, quem teve o pai, a esposa, a família toda investigada. Até a sogra falecida há 10 ou 15 anos foi investigada. Meu irmão nos Estados Unidos, minha irmã… todo mundo foi investigado. Quem teve isso? Quem teve a carreira destruída?”

Apesar do conteúdo contundente, a defesa de Mauro Cid contesta a autenticidade das mensagens e nega que ele tenha violado as medidas cautelares impostas pela Justiça. No depoimento prestado na última semana ao STF, o militar foi enfático ao dizer que não acessou redes sociais durante o período determinado e que não reconhece a titularidade do perfil utilizado para os contatos.

Durante o interrogatório, Cid foi questionado pelo advogado Celso Vilardi, que representa Jair Bolsonaro, se teria utilizado algum perfil que não estivesse em seu nome para se comunicar. “Não”, respondeu Cid, acrescentando que “todos os meus celulares foram apreendidos”. Ao ser confrontado com o nome do perfil @gabrielar702, ele respondeu: “Esse perfil, eu não sei se é da minha esposa”.

Em resposta à suspeita, o ministro Alexandre de Moraes ordenou que a Meta, empresa responsável pelo Instagram, forneça ao STF os dados cadastrais e registros de acesso vinculados ao perfil investigado. A medida tem como objetivo confirmar a identidade do responsável pelas mensagens.

Mauro Cid é considerado peça central nas investigações conduzidas pela Polícia Federal sobre a possível articulação de uma tentativa de ruptura institucional.

Ele firmou um acordo de colaboração premiada com a Procuradoria-Geral da República e, desde então, tem prestado uma série de depoimentos sobre bastidores da gestão Bolsonaro e sobre a atuação de militares em supostos planos golpistas. A CNN compilou os áudios em reportagem publicada no Youtube. (Foto: STF; Fonte: CNN)

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