Governo tenta salvar acervo histórico do Arquivo Nacional afetado por chuvas

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O governo federal, por meio do Ministério de Gestão e Inovação em Serviços Públicos, tenta preservar o acervo da instituição, atingido por alagamentos após fortes chuvas no Rio de Janeiro.

Segundo a pasta, o secretário de Gestão Corporativa, Cilair Abreu, esteve hoje no local e definiu um ‘plano de curto prazo’ de recuperação do acervo da instituição em razão das chuvas ocorridas no Rio de Janeiro.

Na visita, ficou acertado que as equipes de manutenção do MGI e do Arquivo Nacional trabalharão em conjunto para realizar as intervenções imediatas, que podem ser realizadas utilizando os contratos existentes nas duas instituições.

O Arquivo Nacional faz parte da estrutura do MGI e guarda um vasto e rico acervo, que conta parte importante da História do Brasil. Tanto em sua sede, no Rio de Janeiro, como em sua Superintendência Regional em Brasília, o AN trata, preserva e dá acesso a um patrimônio documental brasileiro.

A instituição possui milhões de documentos textuais (que se fossem empilhados somariam 55 quilômetros), cerca de 1,91 milhão de fotografias e negativos, 200 álbuns fotográficos, 15 mil dispositivos, 4 mil caricaturas e charges, 6 mil cartazes e cartazetes. Também fazem parte do acervo 1 mil cartões postais, 1,2 mil desenhos, 200 gravuras e 21 mil ilustrações, 44 mil mapas e plantas arquitetônicas, filmes, registros sonoros e uma coleção de livros que supera 112 mil títulos, sendo 8 mil raros.

Destruídos?
Segundo reportagem do portal G1, a tempestade provocou danos em sete caixas com documentos históricos. Segundo servidores da instituição ouvidos pelo veículo, arquivos da Família Real portuguesa, com mais de 400 anos, ficaram completamente molhados e podem nunca mais ser recuperados. A informação contraria uma nota divulgada pela administração do Arquivo Nacional, que admitiu material molhado, mas negou a destruição de documentos (veja a nota no final do texto).

“São documentos muito antigos, anteriores a fundação do Arquivo Nacional, que é de 1838. São arquivos históricos da administração brasileira, com mais de 300, mais de 400 anos. Foram sete caixas molhadas, salas inundadas, janelas quebradas, servidores machucados. (…) A chuva foi na terça, na quarta isso estava um caos”, contou o servidor ao G1.

“A direção soltou uma nota dizendo que não houve dano e que os documentos foram recuperados. Só que isso é uma piada para qualquer pessoa que trabalha com arquivos. Esse tipo de documento não pode ser molhado assim. Ele pode ser recuperado, mas já foi danificado. A vida útil desse material foi muito prejudicada”, completou o funcionário.

Não é de hoje
Os problemas de infraestrutura na sede do Arquivo Nacional não são uma novidade para os gestores do órgão. De acordo com o G1, em 2004, uma empresa de engenharia ficou responsável por realizar uma vistoria completa nos prédios da instituição. Ao todo, a empresa apontou 94 ações de reforma para garantir a segurança da estrutura e evitar problemas. Nada foi feito.


Fontes: Ministério de Gestão e Inovação em Serviços Públicos; G1
Foto: reprodução Instagram Arquivo Nacional

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