Argentina vai virar a ‘Singapura da América Latina’, prevê especialista em investimento

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Márcio Appel, sócio-fundador da Adam Capital, aposta que a Argentina tem condições de se transformar em uma espécie de Singapura latino-americana, desde que adote medidas econômicas eficazes.

Em entrevista ao programa Outliers InfoMoney, do canal InfoMoney, o gestor comparou a agilidade política dos dois países sul-americanos, descrevendo o Brasil como um “transatlântico” difícil de manobrar e a Argentina como uma “lanchinha” mais ágil.

“O Brasil politicamente é um transatlântico, não é uma lanchinha. Já a Argentina parece que é uma lanchinha. O país conseguiu fazer uma volta e com sorte vai virar a Singapura da América Latina – e vai ser um exemplo para todo mundo. […] Tem tudo para dar certo”, afirmou.



No caso brasileiro, Appel não vê perspectivas de mudanças fiscais significativas no curto prazo, devido à complexidade de alterar políticas em um país de grandes proporções.

Ele expressou esperança em avanços modestos, como redução de gastos e mais privatizações, mas mantém ceticismo quanto a transformações profundas. “O Congresso não vai mudar muito [na próxima eleição]. Espero que seja melhor, espero que o país gaste menos, que tenha mais privatização”, disse.

Analisando o cenário internacional sob a influência das políticas de Donald Trump nos Estados Unidos, Appel destacou que decisões como o aumento dos juros americanos estão pressionando a Europa e a China. Para ele, a União Europeia sofre com regulações que dificultam inovações.



“A União Europeia tem um tipo de regulamentação que faz com que qualquer inovação seja muito prejudicada”, observou. Ele prevê que, combinado a um possível crescimento negativo da China, o bloco europeu pode enfrentar anos de baixo desempenho econômico. “Se a China reportar um crescimento negativo à frente, a Europa será grandemente impactada”, alertou.

O gestor também apontou uma crescente desigualdade econômica entre a Europa e os Estados Unidos, onde alguns estados americanos já superam em riqueza per capita os países mais avançados do continente europeu.

“Hoje, há estados americanos bem mais ricos do que os países mais desenvolvidos da Europa. Essa discrepância só tende a aumentar”, analisou. Nesse contexto, ele prevê dificuldades para o euro e outras moedas globais. “O euro vai sofrer, e as moedas, de forma geral, também vão enfrentar dificuldades”, afirmou.



Sobre a China, Appel identificou um declínio estrutural, agravado por questões demográficas e pelo fechamento econômico dos últimos anos.

“Nos últimos cinco anos, houve um retrocesso significativo na abertura econômica da China”, destacou. Diante desse panorama, o gestor acredita que o dólar se consolidará como o principal beneficiado no mercado global.

“O dólar vai se fortalecer nesse cenário global”, concluiu, projetando um futuro de valorização da moeda americana em meio às incertezas econômicas mundiais. Clique AQUI e nos apoie! (Foto: reprodução redes sociais; Fonte: InfoMoney)

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