Aposentados da Previ apoiam auditoria e contestam gestão de sindicalista

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Aposentados ligados à Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil (Previ), o maior fundo previdenciário da América Latina, com mais de R$ 200 bilhões sob gestão, estão em pé de guerra com a atual administração, liderada pelo sindicalista João Fukunaga. A reportagem é da CNN.



O principal plano da entidade fechou 2024 com um rombo de R$ 17,6 bilhões, acendendo o alerta entre os beneficiários, que apontam falhas na condução do fundo e na escolha de seu presidente.

Nomeação Sob Suspeita
A chegada de Fukunaga ao comando da Previ é um dos principais alvos de críticas. “O processo de indicação, nomeação e posse do atual presidente da Previ ocorreu de forma açodada”, afirma Edvaldo Souza, 65 anos, aposentado do Banco do Brasil desde 2017 e presidente da Associação dos Participantes e Assistidos da Previ e Cassi (Apaprevi), à CNN.



Ele reflete o descontentamento de muitos que veem a rapidez da nomeação como um problema. Um acórdão de 2024 reconheceu irregularidades no processo, apontando que “de fato, na Previ, a etapa de exame da documentação pelas áreas técnicas foi suprimida e, na Previc, a atestação se deu de modo precário, com documentos apresentados a posteriori”.

Apesar de a direção da Previ e as partes envolvidas defenderem a regularidade da indicação, aposentados como Francisco Schwarz, 69 anos, aposentado desde 2015, discordam veementemente.



“A celeridade da nomeação do Fukunaga é contestada, pois não houve sequer tempo de contradizer seu nome, pelas comprovadas faltas de formação e experiências mínimas para o cargo”, critica Schwarz, que também questiona a capacidade do presidente para gerir um fundo de tamanha envergadura.

Investimentos na Berlinda
Outro ponto de atrito é a política de investimentos adotada pela gestão. Schwarz, por exemplo, contesta a aquisição de ações da Vibra (ex-BR Distribuidora): “Não tem o que justifica a compra [dos papéis] da Vibra”. Em um contexto de juros elevados, ele argumenta que o fundo deveria priorizar ativos mais seguros, como títulos de renda fixa, que representam 62,5% dos R$ 228 bilhões geridos. Já a renda variável, onde estão alocados 27% dos recursos, tem gerado controvérsia.



Um relatório preliminar do Tribunal de Contas da União (TCU), ainda em fase de conclusão, sugere que a compra de participação acionária na Vibra pode ter violado a diretriz da Previ de reduzir sua exposição a ativos de maior risco. A auditoria, aprovada em fevereiro pelo ministro Walton Alencar Rodrigues com caráter de urgência, intensifica o escrutínio sobre as decisões recentes do fundo.

Mobilização dos Aposentados
Diante das incertezas, os beneficiários da Previ se organizaram para cobrar transparência. Um manifesto liderado pela Apaprevi, com apoio de mais de 15 mil participantes, defendeu a atuação do TCU.



“Entendemos que cabia uma mensagem de apoio e desagravo ao Ministro, vez que muitas entidades se levantaram para criticar o pedido […]. Apoiamos a auditoria do TCU, criticada por entidades que deveriam apoiá-la, vez que aquele órgão poderá apontar a necessidade de aperfeiçoar a gestão da Previ”, explica Souza à emissora.

Em outra iniciativa, os aposentados questionaram a Previ sobre possíveis “ingerências externas do governo” na gestão do fundo.



Segundo Souza, a entidade não respondeu, ignorando o prazo de 30 dias estipulado por suas próprias regras. A falta de retorno só alimentou as suspeitas de má administração e falta de diálogo com os assistidos. E mais: Banco Central anuncia vazamento de dados de usuários do Pix. Clique AQUI para ver. (Foto: reprodução; Fonte: CNN)

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