O papa Francisco fez neste domingo (23) sua primeira aparição pública desde que foi internado no Hospital Gemelli, em Roma, no último dia 14 de fevereiro.
Em uma cadeira de rodas, ele acenou e saudou os fiéis que aguardavam do lado de fora do hospital. Pouco depois, recebeu alta e deixou a unidade médica. De acordo com os médicos, sua recuperação deve durar pelo menos dois meses.
Da sacada do quinto andar do hospital, Francisco agradeceu a presença dos apoiadores e reconheceu uma senhora que, segundo o Vatican News, comparece regularmente às audiências gerais do Vaticano para lhe entregar flores. “Vejo essa senhora com as flores amarelas. É uma boa pessoa”, disse o pontífice.
O líder da Igreja Católica foi hospitalizado inicialmente para tratar uma bronquite, mas exames posteriores revelaram um quadro de pneumonia bilateral, afetando ambos os pulmões. Nos primeiros dias, precisou de ventilação mecânica não invasiva à noite. Com a melhora no quadro clínico, passou a receber oxigenação de alto fluxo por cânulas nasais nos últimos dias da internação.
Na quinta-feira (13.mar), Francisco celebrou 12 anos como chefe da Igreja Católica. Para marcar a data, foi realizada uma missa de ação de graças na capela do hospital, e profissionais de saúde organizaram uma pequena comemoração.
Nascido em Buenos Aires, Argentina, Jorge Mario Bergoglio foi ordenado sacerdote em 1969 e tornou-se bispo em 1992. Assumiu como arcebispo de Buenos Aires em 1998 e, em 2001, foi nomeado cardeal. Em 2013, foi eleito papa após a renúncia de Bento 16, tornando-se o primeiro pontífice latino-americano e jesuíta da história.
Na biografia Vida: A minha história através da História, lançada em 2025, Francisco revelou que nunca esperava ser escolhido para o papado. “Dizer que nunca esperei algo assim, nunca na minha vida e muito menos no início daquele conclave, é sem dúvida um eufemismo”, declarou.
Eis a íntegra do texto do Ângelus, divulgado pelo Vaticano, mas não lido pelo Papa: “Queridos irmãos e irmãs, bom domingo! “A parábola que encontramos no Evangelho de hoje nos fala da paciência de Deus, que nos exorta a fazer de nossa vida um tempo de conversão. Jesus usa a imagem de uma figueira estéril, que não produziu os frutos esperados e que, no entanto, o agricultor não quer cortar: deseja adubá-la mais uma vez para ver “se dará fruto no futuro” (Lc 13,9).
Esse agricultor paciente é o Senhor, que trabalha com zelo o terreno de nossa vida e aguarda confiante o nosso retorno a Ele. “Neste longo período de recuperação, tive a oportunidade de experimentar a paciência do Senhor, que vejo também refletida na dedicação incansável dos médicos e dos profissionais da saúde, assim como nos cuidados e nas esperanças dos familiares dos doentes. Essa paciência confiante, ancorada no amor de Deus que nunca falha, é verdadeiramente necessária à nossa vida, especialmente para enfrentar as situações mais difíceis e dolorosas.
“Entristece-me a retomada dos pesados bombardeios israelenses na Faixa de Gaza, com tantas mortes e feridos. Peço que as armas se calem imediatamente e que se tenha a coragem de retomar o diálogo, para que todos os reféns sejam libertos e se alcance um cessar-fogo definitivo. Na Faixa de Gaza, a situação humanitária é novamente gravíssima e exige o compromisso urgente das partes beligerantes e da comunidade internacional.
“Alegra-me, por outro lado, que a Armênia e o Azerbaijão tenham acordado o texto definitivo do Acordo de Paz. Espero que seja assinado o quanto antes e possa, assim, contribuir para estabelecer uma paz duradoura no sul do Cáucaso.
“Com tanta paciência e perseverança, vocês continuam a rezar por mim: agradeço-lhes muito! Eu também rezo por vocês. E juntos imploramos pelo fim das guerras e pela paz, especialmente na martirizada Ucrânia, na Palestina, em Israel, no Líbano, em Mianmar, no Sudão e na República Democrática do Congo. “Que a Virgem Maria nos proteja e continue a nos acompanhar no caminho rumo à Páscoa.” (Foto: divulgação; Fonte: Poder360)