Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta segunda-feira (7), em publicação nas redes sociais, que a preservação da democracia brasileira cabe exclusivamente aos cidadãos do país. Sem mencionar diretamente Donald Trump, Lula respondeu à manifestação do presidente dos Estados Unidos em defesa de Jair Bolsonaro.
“A defesa da democracia no Brasil é um tema que compete aos brasileiros. Somos um país soberano. Não aceitamos interferência ou tutela de quem quer que seja. Possuímos instituições sólidas e independentes. Ninguém está acima da lei. Sobretudo, os que atentam contra a liberdade e o estado de direito”, escreveu o presidente.
A declaração veio horas depois de Trump usar sua rede Truth Social para criticar o tratamento dado a Bolsonaro por autoridades brasileiras.
No post, o republicano apontou que o ex-presidente do Brasil é vítima de perseguição política e declarou: “Estarei assistindo a caça às bruxas de Jair Bolsonaro, de sua família e de milhares de seus apoiadores, muito de perto. O único julgamento que deveria estar acontecendo é o julgamento pelos eleitores do Brasil – isso se chama eleição. Deixem Bolsonaro em paz!”
Trump ainda afirmou: “Eu tenho assistido, assim como o mundo, como eles não fizeram nada além de ir atrás dele, dia após dia, noite após noite, mês após mês, ano após ano! Ele não é culpado de nada, exceto por ter lutado pelo povo.”
A resposta do governo brasileiro também veio por meio de outros membros do alto escalão. A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, rebateu Trump com veemência:
“Não se pode falar em perseguição quando um país soberano cumpre o devido processo legal no estado democrático de direito, que Bolsonaro e seus golpistas tentaram destruir. O presidente dos EUA deveria cuidar de seus próprios problemas, que não são poucos, e respeitar a soberania do Brasil e de nosso Judiciário.”
Já o advogado-geral da União, Jorge Messias, reforçou a posição institucional do governo e elogiou a atuação do Supremo Tribunal Federal:
“O Brasil olha para o futuro com a cabeça erguida, firme em seus valores e compromissado com os interesses do seu povo – e não com os interesses de lideranças estrangeiras. O governo não aceita tutela, nem admite pressões externas.”
Jair Bolsonaro está atualmente inelegível até 2030, por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Em 2023, a Corte considerou que ele cometeu abuso de poder político e usou os meios de comunicação de forma irregular ao promover uma reunião com embaixadores estrangeiros, em julho de 2022, na qual fez ataques infundados ao sistema eleitoral brasileiro. (Foto: EBC; Fontes: CNN; G1)