Um grupo de engenheiros do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), nos Estados Unidos, desenvolveu um dispositivo inovador capaz de extrair água do ar sem utilizar eletricidade nem sistema de filtragem.
O equipamento foi testado em condições extremas, inclusive no Vale da Morte, na Califórnia — uma das regiões mais áridas e quentes do planeta.
A Terra possui grande quantidade de água em forma de vapor na atmosfera, e essa umidade, quando condensada adequadamente, pode se transformar em água potável. Com base nesse princípio, os pesquisadores criaram um painel vertical composto por bolhas de hidrogel, envoltas por uma camada de vidro e recobertas com um filme de polímero que ajuda no resfriamento.
O funcionamento do sistema é totalmente passivo — ou seja, dispensa qualquer fonte de energia. As bolhas de hidrogel, organizadas como uma espécie de “plástico-bolha”, ampliam a superfície de contato com o ar, permitindo uma absorção mais eficiente do vapor. Esse vapor é então evaporado e redirecionado para o interior do aparelho, onde se condensa nas paredes de vidro e escorre até um compartimento de armazenamento.
Um diferencial importante da tecnologia está na composição das bolhas de hidrogel, que contêm sais em seu interior. Esses sais aumentam a eficiência da captura de umidade. Para evitar a contaminação da água, os engenheiros criaram bolhas sem poros, impedindo o vazamento dos sais, além de adicionarem glicerol ao material para evitar que os sais cristalizem.
O resultado prático foi a obtenção de água com níveis de sal abaixo do limite considerado seguro para consumo, sem necessidade de filtração adicional. Para testar o desempenho em condições adversas, o dispositivo foi levado ao Vale da Morte, onde as temperaturas ultrapassam os 50 °C e a umidade varia bastante.
Durante sete dias de testes em novembro de 2023, o equipamento operou com diferentes níveis de umidade, entre 21% e 81%, gerando diariamente de 57 a 161,5 mililitros de água. Mesmo diante de um clima extremo, o coletor se mostrou mais eficaz do que outras tecnologias semelhantes.
Embora o volume diário pareça modesto, os idealizadores do projeto acreditam que a solução pode ser escalada. Com a instalação de diversos painéis verticais funcionando simultaneamente, a produção de água pode se tornar significativa para aplicações domésticas ou em comunidades carentes de infraestrutura hídrica.
“A área ocupada seria muito pequena, pois todos [os dispositivos] são verticais. (…) Assim seria possível ter muitos painéis juntos, coletando água o tempo todo, em escala doméstica”, explicou o professor Xuanhe Zhao, um dos responsáveis pelo projeto, em comunicado ao MIT News.
O pesquisador acredita que o próximo passo é ampliar a escala de produção: “É um teste de viabilidade para ampliar essa tecnologia de coleta. Agora, as pessoas podem construir em escala maior ou em painéis paralelos, para fornecer água potável à população e alcançar um impacto real”. (Foto: PixaBay; Fonte: Revista Galileu; MIT)
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