Durante sua chegada ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira (10), o ex-presidente Bolsonaro declarou que pretende apresentar uma série de vídeos ao ser ouvido no inquérito que investiga uma suposta ‘tentativa de golpe’. A autorização para exibir o material depende do ministro Alexandre de Moraes, relator do caso.
“Se eu puder ficar à vontade, se preparem, vão ser horas”, disse Bolsonaro, já dentro da sala da Primeira Turma do STF.
Com um pen drive nas mãos, Bolsonaro afirmou que entre os vídeos há falas suas e de autoridades como o ministro do STF Flávio Dino e o ex-ministro Carlos Lupi. Segundo ele, as gravações mostram críticas à segurança das urnas eletrônicas.
“Tem pronunciamento meu, tem um do Flávio Dino condenando a urna eletrônica, tem um do Carlos Lupi também, falando que sem impressão do voto é fraude. Eu não estou inventando nada”, alegou.
Na véspera do depoimento, Bolsonaro afirmou que não teme uma eventual prisão e rejeita a ideia de que haja fundamentos legais para uma condenação.
“Eu não tenho preparação para nada, não tem por que me condenar. Estou com a consciência tranquila. Quando falaram o tempo todo, ‘assinar o decreto…’. Não é assinar decreto, pessoal. Assinar um decreto de (estado de) defesa ou de sítio, o primeiro passo é convocar os conselhos da República e de Defesa. Não foi feito”, justificou.
Questionado sobre a delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens, Bolsonaro disse não ter “problemas” com ele e classificou suas declarações como exageradas. Cid afirmou em audiência recente que Bolsonaro teve acesso a uma minuta de decreto e chegou a fazer alterações.
“De certa forma, ele enxugou o documento, retirando as autoridades das prisões. Somente o senhor (Alexandre de Moraes) ficaria como preso”, relatou o militar, que foi cumprimentado pelo ex-presidente antes do depoimento.
Ainda segundo Cid, o então comandante da Marinha, Almir Garnier, teria colocado as tropas à disposição. O tenente-coronel reforçou que acompanhou o desenrolar dos acontecimentos, mas que não participou ativamente da articulação. “Eu presenciei grande parte dos fatos, mas não participei deles”, concluiu. E mais: Visa cria empresa para enfrentar concorrência com o Pix. Clique AQUI para ver. (Foto: STF; Fonte: O Globo)