A mobilização dos agricultores no Rio Grande do Sul entra em sua terceira semana com protestos espalhados por todo o estado. Já são 20 dias de manifestações que cobram do governo federal uma solução urgente para as dívidas acumuladas ao longo das últimas quatro safras — todas marcadas por perdas climáticas severas.
Na última sexta-feira (30), os protestos se intensificaram com bloqueios temporários em pelo menos 45 trechos de rodovias estratégicas, como a BR-116, entre Porto Alegre e Pelotas, e a BR-290, que liga o centro do estado à fronteira. A ação busca chamar atenção para o endividamento crescente no campo, com destaque para regiões como Cruz Alta e Tio Hugo.
O principal pedido do movimento é a securitização das dívidas, mecanismo que permitiria alongar prazos de pagamento e facilitar o acesso a novos financiamentos — condição considerada essencial para o plantio da próxima safra.
Em Cacequi, na Fronteira Oeste, agricultores montaram uma horta simbólica no acampamento, sinalizando que não pretendem recuar sem respostas concretas. Já há um novo ato planejado para o dia 16 de junho, quando tratores e colheitadeiras devem ser levados a Porto Alegre, com acampamento em frente ao Palácio Piratini, sede do governo estadual.
A frustração aumentou após a recente resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN), que deixou de contemplar a maioria dos endividados nas regras de renegociação. Carlos Malheiros, presidente do Sindicato Rural de Santiago, reforçou que os agricultores não desejam calote, apenas mais prazo para pagar o que devem.
O movimento também conquistou apoio fora do estado. Clodoaldo Calegari, presidente da Aprosoja Goiás, declarou solidariedade aos gaúchos e defendeu a securitização como saída legal e necessária.
Nessa sexta (6), mais de 400 máquinas participaram de um tratoraço na ERS-153, entre Tio Hugo e Passo Fundo, onde os manifestantes permanecem mobilizados. E mais: Bolsonaro se prepara no Palácio dos Bandeirantes antes de encarar o STF. Clique AQUI para ver. (Foto: reprodução vídeo; Fonte: Globo Rural)
