Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta terça-feira (3) que o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) seja ouvido pela Polícia Federal no prazo de 15 dias.
O objetivo é apurar detalhes de uma ligação telefônica entre ele e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) antes do depoimento do parlamentar como testemunha na investigação que tramita no Supremo.
O pedido para o depoimento partiu da Procuradoria-Geral da República (PGR), a partir de representação feita pelo deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ). A PGR destacou a necessidade de esclarecer a veracidade e o alcance da conversa, sugerindo que Mourão poderia ter sido alvo de tentativa de coação ou influência indevida sobre seu testemunho por parte de um dos réus da ação penal.
Segundo Lindbergh, a ligação relatada por Mourão ao site “Metrópoles” “configura, em tese, obstrução de Justiça” e poderia indicar uma tentativa de interferência na investigação. O senador afirmou que Bolsonaro lhe telefonou pedindo que dissesse ao STF que nunca houve conversas sobre golpe de Estado, mas ressaltou que o diálogo teria sido genérico.
Durante depoimento ao STF na semana anterior, Mourão declarou que Bolsonaro “jamais mencionou qualquer medida que representasse ruptura do ‘status quo’” e que as conversas entre ambos se limitaram à transição de governo. Também negou ter conhecimento da chamada “minuta do golpe”.
Questionado sobre os eventos de 8 de janeiro, Mourão disse que estava em casa, “dentro da piscina”, e negou envolvimento de Bolsonaro e ex-integrantes do governo nos atos de vandalismo.
“Sou alvo constante de ataques na internet, mas sei que não partem de companheiros de Exército, e sim de grupos que se alimentam do pântano das redes sociais”, concluiu. E mais: Deputado pede que Eduardo Bolsonaro possa exercer mandato dos EUA. Clique AQUI para ver. (Foto: Ag. Senado; Fonte: Antagonista)