Programa do governo federal utiliza “DNA da bala” para desvendar crimes cometidos com arma de fogo

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Crimes violentos cometidos com armas de fogo começam a ser desvendados com mais rapidez e precisão no Brasil graças a uma tecnologia que compila informações de projéteis coletados durante as perícias nas cenas de crime, permitindo saber se o mesmo armamento foi usado em outros crimes. Até o momento, 15 investigações policiais já foram auxiliadas pela ferramenta.

Balas e estojos disparados e descartados durante os crimes são coletados, fotografados e escaneados. As imagens em alta resolução vão para o Sistema Nacional de Análise Balística (Sinab), projeto do Ministério da Justiça e Segurança Pública. “O Sinab auxilia o sistema de segurança pública do país a compreender os padrões dos crimes realizados com armas de fogo, ajudando a trazer respostas e, por que não, conforto a quem teve, por exemplo, pessoas queridas levadas pela criminalidade”, ressaltou o ministro da Justiça e Segurança, Anderson Torres.

Assim como em um banco genético, as informações de projéteis, estojos e armas inseridas no sistema são cruzadas a fim de encontrar correspondências com outros casos criminais: “Os projéteis ou estojos expelidos pelas armas dos criminosos são colhidos no local da ocorrência e levados para um laboratório de balística. Lá é escolhido o material que vai para o banco. Então, buscamos correlações para saber se é o mesmo armamento utilizado em outro crime ou por uma mesma quadrilha”, explica o Coordenador do Comitê Gestor do Sinab, Lehi dos Santos.

Dos quinze crimes investigados com auxílio do Sinab, a maioria se desenrola em Pernambuco (PE). Por lá, 10 investigações já receberam informações importantes quanto ao armamento utilizado nas ocorrências. Nem todos os casos foram encerrados. Assim a polícia espera que, com as informações de compatibilidade das armas, a autoria dos crimes seja desvendada com mais agilidade, fornecendo à justiça elementos para a condenação dos culpados e retirando armas de fogo das mãos de criminosos.

Outros dois casos estão sob investigação no Espírito Santo (ES) e mais um em Goiás (GO). Já no Paraná (PR), a análise de projéteis e estojos coletados em cenas de crimes ajudaram a confirmar a autoria de dois homicídios de grande repercussão. No caso mais recente, a perícia conseguiu identificar uma arma utilizada na chacina de uma família na capital paranaense. A arma já estava cadastrada no sistema devido a um crime anterior e por isso foi possível fazer a comprovação.

Combate à criminalidade
O programa conta com investimento de R$ 123.900 e já foi implantado em sete estados. Além da Polícia Federal (PF), Pará, Paraná, Bahia, Goiás, Espírito Santo, Pernambuco e Rio Grande do Sul já receberam os equipamentos: scanner de projéteis e de estojos, além do chamado match point, onde o perito faz análise das imagens.

Até o final do ano, o MJSP pretende concluir a entrega nos demais estados. Antes da doação aos estados, uma equipe da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp/MJSP) realiza visita técnica ao local das instalações para verificar a estrutura física e de recursos humanos. Após a instalação dos equipamentos, peritos e gestores estaduais são capacitados para operar o sistema.

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