Milton Ribeiro pediu exoneração do ministério da educação nesta segunda-feira (28). As informações são da Jovem Pan. Segundo apuração do veículo, seu cargo deve ser assumido pelo secretário-executivo da pasta, Victor Godoy Veiga. Parlamentares da bancada evangélica defendiam que ele se licenciasse enquanto as investigações estivessem em curso, mas questões jurídicas inviabilizaram esta solução.
A saída de Ribeiro ocorre após vazamento de um áudio em que Milton, não se sabe em quais circunstâncias, diz que dará atenção à prefeituras indicadas por pastores evangélicos. Na gravação, o ministro diz que uma de suas prioridades é atender às demandas de Gilmar Santos, um dos líderes da Assembleia de Deus. “Foi um pedido especial que o presidente da República fez para mim sobre a questão do Gilmar”, diz na gravação. Após a revelação da conversa, outras denúncias começaram a aparecer. Prefeitos relataram ter recebido pedidos de propina do pastor Arilton Moura para facilitar o repasse de verbas federais.
Em sua última live, o presidente Bolsonaro afirmou que “colocaria a cara toda no fogo” pelo ministro da Educação. A pressão, porém, se tornou insustentável. Na sexta-feira, 25, a Polícia Federal abriu dois inquéritos para apurar possíveis irregularidades envolvendo os pastores Gilmar e Arilton e o chefe do MEC.
À Jovem Pan, uma importante liderança da bancada evangélica afirmou que os aliados do governo trabalharam nos últimos dias para convencer Bolsonaro da necessidade de afastar Milton Ribeiro do MEC.
O pastor Marcos Feliciano também defendia o afastamento de Ribeiro. “Situação horrível. História estranha. Nós evangélicos fomos atingidos frontalmente. Agora é aguardar as providências da justiça”, disse à Jovem Pan o deputado federal Marco Feliciano (PL-SP). Mais cedo, em uma publicação em seu perfil no Twitter, Feliciano defendeu que o ministro se licenciasse. “Caro ministro. Por sua saúde emocional, por sua família que deve estar sofrendo, por nós evangélicos, que estamos sendo triturados, pelo presidente Jair Bolsonaro, que em um ano tão importante está sendo arrastado para essa história estranha, não retarde seu licenciamento”, escreveu. Também pela rede social, o pastor Silas Malafaia, subiu o tom: “Vergonha total. Ministro da Educação em foto com a esposa em Bíblia de pastor lobista do MEC. Tem que ser demitido para nunca mais voltar”, diz a publicação.
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