Exclusivo: Carla Zambelli fala sobre 7 de Setembro: “Não podemos mais permanecer nesse Estado de Exceção”

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Michel Jesus/Câmara dos Deputados



O próximo feriado de 7 de setembro será diferente. Não que o tema da data seja deixado de lado. Pelo contrário, nunca se gritou tanto por Liberdade neste país desde o grito do Imperador às margens do Rio Ipiranga. E para a ocasião, o cidadão brasileiro organizou, de forma espontânea, duas gigantes manifestações: em Brasília, pela manhã, e São Paulo, à tarde.

E a poucos dias para esse histórico 7 de setembro, a deputada Carla Zambelli conversou com o site Direita Online sobre a esperada data. Ela comenta sobre o que fez a ocasião ser tão aguardada, diz o que espera que mude após o ato, fala sobre o interesse do delegado da PF em entender se ela “financia” a manifestação e, por fim, avalia João Dória, a quem o compara a Judas Iscariotes e Joaquim Silvério dos Reis. Confira a seguir:

***

Direita Online: Como a senhora define as manifestações de 7 de Setembro para os brasileiros? Pode-se dizer que o ato é o mais importante dos quatro anos de governo Bolsonaro?

Carla Zambelli: Acredito que é o ato mais importante para a manutenção da Democracia brasileira. A cada dia que passa a escalada de autoritarismo tem crescido e apavorado os brasileiros. Por isso, vamos à Paulista para lutar pelo que é nosso: a nossa Soberania e Liberdade de fato.

Direita Online: O engajamento que se percebe nas redes sociais para o ato é bastante alto. São diversas caravanas sendo organizadas em direção a SP. Em sua opinião, por que essa manifestação ganhou tamanha relevância no debate político no Brasil?

Carla Zambelli: Exatamente porque o povo entendeu que o que está em jogo é a Liberdade, é a Democracia e nossa Soberania. Estão querendo nos colocar em um campo minado, onde qualquer passo que você dê, explode. É pior que o cenário apresentado por Ayn Rand em Revolta de Atlas. Na ficção criada pela filósofa, as leis são criadas para “serem quebradas” e o Estado então escolhe quem deseja punir. O Brasil começa a experimentar um modelo onde não há sequer a necessidade de uma infração para que exista uma punição. Não podemos mais permanecer nesse literal Estado de Exceção, onde basta ser cristão conservador para virar um alvo. Quem é revestido de autoridade precisa compreender que este “poder emana do povo”.



Direita Online: Essa manifestação é um recado direto a algum agente político específico? E em sua opinião, qual a principal bandeira levantada nesse ato?

Carla Zambelli: É um recado direto para quem não consegue viver em democracia. É um aviso para todos que estão pretendendo erodir os pilares da democracia por meio de ameaças, intimidações ou desrespeito à Constituição Federal, ferindo de morte os princípios de liberdade e JUSTIÇA, que sempre orientaram a nossa Nação. O recado é que a Liberdade não se ganha, se toma!


Carla Zambelli:
“O meu papel cidadão é de divulgar o ato para meus amigos e seguidores.

Até onde sei, não há crime em ter muitos amigos e milhares de seguidores.”


Direita Online: Recentemente, personagens engajados nas manifestações sofreram ações de busca e apreensão. A senhora acredita que essas ações podem diminuir um pouco a participação popular em 7 de setembro ou o efeito será justamente o contrário?

Carla Zambelli: Essas ações, ao meu ver, tem aumentado ainda mais o engajamento do povo em ir para a Paulista no dia 7 de setembro, às 14h. Quem acredita que nosso povo está desacordado, vai saber que temos sim um forte senso de cidadania, de patriotismo, de que nossa Democracia está sendo ameaçada, e que não aceitaremos ser subjugados por qualquer ideologia ou interesse alheio ao do povo brasileiro.

Direita Online: Em 23 de agosto, saiu a notícia que a polícia federal está investigando se o governo federal estaria “financiando e organizando” as manifestações de 7 de setembro. Inclusive, a rede CNN afirmou que “o delegado questiona especificamente” a sua participação (leia aqui). Sendo assim, gostaria de saber se a senhora “organiza” e “financia” as manifestações. E indo além, mesmo que esteja (ou estivesse), a senhora considera isso “ilegal” dentro de suas atribuições como parlamentar para que o delegado tenha interesse nesse ponto?

Carla Zambelli: Considero bastante “sui generis” que uma autoridade policial esteja preocupada em investigar uma parlamentar que deseja participar de um ato que celebra a nossa emancipação há 199 anos e não esteja preocupado com políticos que comemoram e estimulam ataques incendiários ao nosso patrimônio histórico, ao Palácio do Alvorada ou até ao Parlamento como vimos há pouco tempo. Mas, são duas coisas. Sou cidadã e parlamentar. O meu papel cidadão é de divulgar o ato para meus amigos e seguidores. Até onde sei, não há crime em ter muitos amigos e milhares de seguidores. Outra coisa é minha função parlamentar, que não me pertence, mas ao público me elegeu, e a responsabilidade deste cargo EXIGE que eu tenha respeito pelas leis e contribua com suas adaptações. O 7 de Setembro é um marco importante e comemorado por diversas instituições, o que também não configura crime. Creio que, sem esse tipo de resgate histórico e manifestação pública contra quem atenta contra os valores da democracia, seja muito importante para os rumos da nossa Democracia. Portanto, estamos empenhados em ajudar a chamar mais e mais pessoas a se juntarem na avenida Paulista nessa data.

Direita Online: A Polícia não tem mais divulgado número de participantes de manifestações. A imprensa e os institutos de pesquisas trazem números bastantes contestáveis dos atos. Sendo assim, a organização da manifestação ou os deputados que participarão pensam em contratar pesquisa própria e privada para mensurar o número de participantes na paulista?

Carla Zambelli: Como não fazemos parte da organização, não temos acesso a informações desse tipo. Certamente registraremos as imagens para divulgação, porque sabemos que muito será feito para tentar distorcer a realidade do dia 7, que, com certeza, registrará um dos maiores ajuntamentos populares e espontâneos que já vimos no Brasil.

Direita Online: O que a senhora espera para depois de 7 de setembro? O que pode, deve e precisa mudar no cenário político brasileiro após essa manifestação?

Carla Zambelli: Esperamos que as autoridades reflitam sobre suas ações e tenham a certeza de que o povo não está deitado eternamente em berço esplêndido. Pelo contrário, estamos diuturnamente engajados em defender a nossa Nação.

Direita Online: Aproveitando a oportunidade e para finalizar: a senhora é deputada por SP, estado comandado por João Dória. Com quase 3 anos de mandato do governador paulista, como a senhora avalia a gestão Dória no Estado, pensando desde suas promessas de campanha, os ataques ao presidente e a gestão da pandemia.

Carla Zambelli: Sobre o governador de São Paulo, (ele) pode e deve ser lembrado na luta por nossa liberdade, contudo, a data mais adequada seria o 1.º de abril (33 d.C.) ou o 21 de abril (1792), nas figuras de Judas Iscariotes ou de Joaquim Silvério dos Reis, que traiu o sonho de muitos brasileiros e entregou Tiradentes à forca e ao esquartejamento. Ele se vestiu de bom moço na época da campanha, adotou bandeiras que sabia que o elegeriam, como a da segurança, e, na primeira oportunidade, despiu-se para deixar à mostra quem ele realmente é. Temos hoje o resultado: um Estado falido, com muita gente desempregada, uma Polícia abandonada, a maior Unidade da Federação desacreditada porque é (des)comandada por alguém que pensa fazer em marketing e está maculado como um traidor. Espero que em 2022 tenhamos um nome à altura da grandeza e da história do nosso Estado de São Paulo.


Foto 1: Michel Jesus/Câmara dos Deputados | Foto 2: Divulgação assessoria deputada Carla Zambelli


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