O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reforçou seu pedido por uma anistia e rebateu as acusações de envolvimento na trama golpista de 2022.
Em entrevista à revista Oeste, ele afirmou que a única forma de pacificar o país após os eventos de janeiro de 2023 seria conceder um perdão pelos atos antidemocráticos, comparando o momento atual à Lei de Anistia de 1979.
Bolsonaro disse que o perdão seria necessário para que o Brasil superasse as tensões políticas e sociais. “Para nós pacificarmos o Brasil, alguém tem que ceder. Quem tem que ceder? O senhor Alexandre de Moraes. A anistia, em 1979: eu não era deputado, foi anistiada gente que matou, que soltou bomba, que sequestrou, que roubou, que sequestrou avião, e ‘vamos pacificar, zera o jogo daqui para frente’. Agora, se tivesse uma palavra do Lula ou do Alexandre de Moraes no tocante à anistia, estava tudo resolvido. Não querem pacificar? Pacifica”, afirmou o ex-presidente.
Em relação ao relatório da Polícia Federal, que apontou Bolsonaro como líder da tentativa de golpe no final de 2022, o ex-presidente rebateu as acusações, chamando o documento de “peça de ficção”.
Ele também reiterou sua versão de que não houve uma tentativa real de golpe, argumentando que, se fosse esse o caso, o envolvimento de figuras militares seria mais substancial. “Ninguém vai dar golpe com um general da reserva, quatro oficiais e um agente da polícia federal”, afirmou, defendendo a ideia de que não houve risco de ruptura democrática.
Sobre as conversas que teve com comandantes das Forças Armadas no final de seu mandato, Bolsonaro explicou que discutiu possíveis ações baseadas no artigo 142 da Constituição, como o estado de sítio e o estado de defesa, especialmente após o TSE aplicar uma multa de R$ 22 milhões ao PL por questionar a integridade das urnas eletrônicas. “Eu discuti, sim, conversei, não foi uma discussão acalorada”, declarou, negando que as conversas tivessem caráter golpista.
Bolsonaro também comparou sua situação com a de outros líderes políticos perseguidos na Venezuela, Nicarágua e Bolívia, insinuando que as autoridades brasileiras estariam buscando uma forma de “tirá-lo de combate”, com o objetivo de “executá-lo”. Ele afirmou que, se isso acontecesse, ele seria um “problema” para o governo, até mesmo “trancafiado”.
No que diz respeito à imunidade parlamentar, o ex-presidente reafirmou sua defesa do direito dos deputados de expressarem suas opiniões sem sofrer sanções, destacando a importância de proteger a liberdade de expressão dentro do Congresso. “Eu tenho uma rede com pouco mais de cem deputados e eu falei para eles lá:
‘nos meus bons tempos de deputado federal eu estaria elogiando agora o Arthur Lira'”, completou Bolsonaro, referindo-se ao apoio que enviou aos parlamentares em defesa da liderança do presidente da Câmara. Assista a um trecho abaixo!